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Mostrando postagens de março, 2021

366 dias

 Hoje faz exatamente um ano que a Unicamp, universidade onde faço meu mestrado, entrou em quarentena e eu, junto com ela. E cá estamos exatamente um ano (bissexto, por isso 366 dias) depois. No dia 12 de março de 2020 eu achei que seriam apenas 15 dias, que talvez não fosse tão assim (ok, no fundo eu imaginava, mas não queria acreditar), e que em abril tudo estaria de volta ao normal. Eu já tinha agenda para praticamente todos os dias da próxima semana, a Unicamp é uma universidade que tem palestras acontecendo numa frequência absurda, e eu também tinha muita coisa para estudar. Eu estava na empolgação de começo, estava em Campinas há menos de 15 dias.  Fiquei feliz e triste. Feliz porque adiantei a viagem para visitar meu namorado. Triste por motivos óbvios: incerteza e sem assimilar direito o que estava acontecendo. Por uma semana eu fiquei com meu namorado, e as coisas foram só piorando. A viagem que eu tinha marcada para Paraty com minha família também foi desmarcada.  Meus pais me

Sobre os verdadeiros amigos

Desde sempre fui difícil de fazer novas amizades. Fui uma criança tímida, e me considero tímida até hoje. São poucos os que realmente me conhecem, e sempre foi assim. Quando cheguei na faculdade, tinha 18 anos. E não foi somente um novo ambiente, eu também estava longe de casa, mudei de cidade. No começo foi difícil, porque, além das dificuldades de estar em um novo ambiente, eu estava também com novas pessoas. Minha rede de apoio ficou em São Paulo, e nos falávamos apenas por celular. Tentei por um semestre inteiro fazer amizade com pessoas que, fui percebendo, não combinavam comigo naquele momento, e me vi sozinha. Passadas as férias de meio de ano, decidi "desencanar" dos vínculos que tinha tentado criar sem sucesso no primeiro semestre. Procurei por um novo grupo de estudos e trabalhos, e, nesse grupo, encontrei outra amiga na mesma situação que eu. Chegamos à conclusão que o acolhimento é diferente para pessoas que são "mais na delas". E então pensei "tá t

Para quem eu escrevo?

Desde criança eu escrevo. Tinha um caderno de histórias e poesias que eu mesma inventava, escrevia, ilustrava, pensava no banho e antes de dormir sobre elas, naqueles momentos que a gente tem só para a gente. O blog surgiu bem depois. Já não eram mais histórias inventadas, e sim um pouco do que eu queria falar, mas não conseguia. Escrever se tornou uma forma de expressão. E para quem eu escrevo? Confesso que já tive o sonho que ser uma grande escritora, ou até mesmo compositora. Imagina, ser como a Taylor Swift, que faz de términos e desilusões grandes sucessos... mas esse blog nunca teve muitos leitores, além da família, e nem sei se um dia vai ter. E isso nunca importou, por que eu escrevo para mim. SE viesse a acontecer, seria muito legal? sim, não vou negar... Mas a verdade é que encontrei na escrita uma forma de liberar os pensamentos que ficam rodando à toa, e estou reencontrando essa atitude agora.  A terapia tem ajudado, com certeza. Ideias e pensamentos que ficam apenas no mun

O surto

  05 de março de 2021 Acordei reflexiva e meditativa. São onze horas da manhã e eu já pensei em muitas coisas para fazer, e ainda não fiz quase nada... Mas algo em comum nesse tempo todo: muita ideia para escrever. Pois é, escrever. Algo que não faço há muito tempo, mas que fazia muito...  Parece que hoje tenho uma voz em mim dizendo "volta, escreve! Escreve o que sente, libera! Escreve o que sabe, conscientiza! Transmite sua mensagem!" Lembrei desse blog. Um incentivo da minha mãe, e uma vontade minha. Na época era moda, muita gente tinha. Foi difícil encontrar o blog com uma simples busca no Google, um nome muito comum, mas que para mim, tinha (ainda tem) muito significado: um canto onde sou eu mesma, e onde me expresso. Revisitei hoje de manhã todas as postagens, e, com elas, os sentimentos antigos... Na primeira postagem eu tinha apenas 12 anos. Era uma menina tímida, e também tagarela, mas que não era muito boa com essa história de se expressar. Uma menina cheia de raíze